Ilhabela terá a primeira Ilha-Museu do Brasil. Conheça a História

Ilhabela terá a primeira Ilha-Museu do Brasil. O museu, cujas obras terão início no primeiro trimestre de 2024, terá como objetivo contar a história da cultura, da natureza e do povo do Litoral Norte de São Paulo –
O projeto é coordenado pela Unesco, agência especializada das Nações Unidas (ONU), em parceria com o Ministério Público Federal (MPF) e a Fundação Florestal de São Paulo.
O museu ficará na Ilha das Cabras, que foi ocupada por mais de 30 anos pelo ex-senador Gilberto Miranda Batista. A iniciativa é bancada por cerca de R$ 14 milhões, valor proveniente de multas ambientais e indenização pagas pelo empresário e político brasileiro – leia mais detalhes abaixo.

A Ilha-Museu

O projeto nasceu após a desocupação da ilha. A partir disso, o MPF, a Fundação Florestal e a Unesco propuseram a criação de um equipamento cultural, aproveitando a estrutura atual do local – estrutura essa construída pelo ex-senador, quando ocupava a ilha.

De acordo com o MPF, o objetivo do projeto é devolver a ilha à população, abrindo o local, que será destinado à promoção da cultura do Litoral Norte, para visitação pública.




Segundo a Unesco, o projeto é inovador e tem como objetivo criar um espaço sobre a história, cultura, antropologia, natureza e comunidades tradicionais do Litoral Norte, englobando as quatro cidades da região: Caraguatatuba, Ubatuba, São Sebastião e Ilhabela.




“O conceito de ilha-museu parte da ideia de que não se trata de um museu contido numa Ilha, mas de uma Ilha que é um museu em sua totalidade, incluindo o ambiente marinho que a circunda e a cultura das comunidades tradicionais da região”, explica a organização.

No museu, a natureza da ilha será extremamente valorizada. Ela é reconhecida pela Unesco como uma reserva de biosfera. Segundo a agência, a reserva de biosfera da Mata Atlântica é maior do planeta e a primeira declarada do Brasil.





“A conservação da biodiversidade e dos demais atributos naturais da Mata Atlântica, a valorização da sociodiversidade e o patrimônio étnico e cultural são princípios fundamentais do projeto”, afirmou.




De acordo com a Fundação Florestal, o principal destaque do museu será explorar justamente essa relação entre as comunidades humanas da região e o meio natural.

A Unesco explica que, de 2022, quando o projeto foi criado, até o momento, foram realizados o desenvolvimento de estudos e levantamentos técnicos da região, a identificação das caraterísticas físicas da Ilha das Cabras, estudos de patrimônio cultural, material e natural; projetos arquitetônicos, acessibilidade e sustentabilidade do museu.




Obras

De acordo com a Unesco, as obras terão início no primeiro trimestre de 2024. A conclusão das obras está prevista para 2025, quando terá início a implantação da expografia. A entrega do museu deve acontecer em 2026.

Vale destacar que a mansão e toda a estrutura construída por Gilberto Miranda no local não serão destruídas. O projeto prevê a construção do museu a partir do imóvel que atualmente existe no local.

Essa estrutura conta com piscina, heliporto, garagem para jet-ski, mureta de proteção, praia artificial, entre outros luxos.

Ocupação irregular

A Ilha das Cabras é um dos ilhotes de Ilhabela, no Litoral Norte de São Paulo, a cerca de 200 quilômetros de distância da capital paulista.

O local faz parte do Parque Estadual de Ilhabela e sempre foi considerado área de preservação ambiental permanente, onde nenhuma obra pode ser feita sem autorização do Estado.

Apesar disso, a ilha acabou transformada em propriedade privada pelo ex-senador Gilberto Miranda Batista, que conseguiu uma autorização Secretaria do Patrimônio da União (SPU) na década de 80.

Nos anos seguintes, foram constados danos ambientais na ilha por conta das obras do ex-senador. Em 1989, houve a primeira denúncia de que Miranda havia destruído um morro para construção de um muro.

Em 1991, o Ministério Público entrou com uma ação civil pública, já que as obras continuavam sendo feitas. O processo seguiu até 2022, quando foi publicada a decisão final da justiça.

 

Gilberto Miranda foi condenado a pagar mais de R$ 14 milhões, somando multa e indenização, pelos danos ambientais causados, e deixou se ser o dono da ilha, que voltou a ser parte do patrimônio público.

De acordo com o Ministério Público Federal, o valor será utilizado na criação do museu de cultura do Litoral Norte de São Paulo e para recuperação ambiental da ilha.

 

fonte : G1 GLOBO-

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